terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Pirata é a mãe!

yoda_pirate_wallpaper Mais uma vez volto a essa questão. Me incomoda muito ver quantos artistas, que já batalharam tanto pra ver suas músicas executadas nas rádios, agora que podem atingir seu público de maneira sólida e sem atravessadores, chamando os fãs de piratas e até ladrões. Tudo que o Leoni expõe no seu E-book e no blog Música Líquida, chega a ser absurdamente óbvio, então por que a grande maioria ainda não enxerga assim? Vejo gente que sempre foi super bem informada, falando que o rock (ou música em geral) vai morrer porque não vai ser mais rentável?! E a música antigamente, no tempo em que se ter uma vitrola em casa era coisa para ricos, sobrevivia como? Estamos numa Era em que o músico volta a ter contato direto com seu público e sempre houveram diversas formas que permitiam aos artistas viverem de sua música, a questão agora é encontrar a mais nova. O que não dá pra entender é esse processo maluco em que o artista desconhecido grava, faz de tudo pra tocar nas rádios, uns chegando a distribuir CDs a preço de custo, outros agregando seu CD ao ingresso do show... e quando ficam famosos, com cachês absurdos e show lotados, vem querer reprimir os fãs que querem ouvi-lo e divulgá-lo!!! Ô imbecil, quando você põe trava contra cópia no seu CD está evitando sua divulgação, mané!
    Me senti ofendido, quando tentei copiar o CD de Marisa Monte para ouvir no meu MP3 e o troço lá me deu um não como se eu estivesse tentando roubar alguma coisa. Com tantas formas de se lucrar com a internet, através de anúncios, links patrocinados, taxas de download nos celulares e modems de internet móvel... fico realmente tentado a vetar artistas que "não querem" ser ouvidos, divulgados e comentados.
    Antigamente era assim: antigamente eu te ouvia na rádio, gravava na fita, ouvia no carro, no antigo walkman, quando gostava, comprava o disco e pagava pra ir ao show, depois gravava a fita pra um amigo que iniciava outro processo...
    Agora é assim: Quer me dar a música pra ouvir? Se gostar compro e vou aos shows, se prefere me chamar de pirata, vai a merda com tua música, pois tem muita gente boa, dando de graça o que você quer vender. E não me venha com essa de dar uma amostra sem qualidade num streaming, quero ouvir com qualidade, pra virar fã, comprar o CD com encarte, DVD, etc... e divulgar pra os amigos. Se você não quer divulgar seu trabalho assim, volta a bater na porta das rádios pedindo "por favor, toca meu cd..."

pirataria-e-o-meio-ambiente

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Cantador de Primeira

foto13

Estaca Zero
(Ednardo)

Cada braça de caminho
Um soluço de saudade
Toda vereda de roça
Vai descambar na cidade

E a gente fica sereno
Desconhecendo o destino
E com um sorriso besta
De quem sabe onde chegar

Em cada prédio ou palmeira
Luz de neon ou luar
Elevador, capoeira
A gente vai se assustar

Mas faz de conta que sabe
Que tem um canto da estrada
Chamado estaca zero
Onde a gente pode dizer
O rumo que quer tomar

Cada braça de caminho
Um soluço de saudade
Toda vereda de roça
Vai descambar na cidade

Pastora do Tempo
(Ednardo)

O cavaleiro do medo
Usa do ouro a razão
Pra ofuscar os meus olhos
E confundir minha emoção
Não sabe que a luz que me guia
É da estrela que irradia
A linda pastora do tempo
Que guarda o meu povo eterno
E livre o meu pensamento


Quem faz a história da vida
Com ela rompeu as entranhas do chão
Quem quer saber do que está escondido
Procura no fundo dos olhos do povo
E dentro do seu coração
Vão com o vento as palavras
São como pombos-correio
Mas estão sempre atrasadas
Pois o seu vôo é lento
E o meu pensamento é ligeiro



Quem não conhece o trabalho desse cara, ou acha que não conhece pois você pode se surpreender com os sucessos dele que já foram gravados, tem que conhecer, e quem já conhece Ednardo, tem que sempre revisitar para que essa obra tão maravilhosa, original e importante para a música brasileira, não se perca no tempo, como tem acontecido a Xangia, Elomar, João do Vale e tantos outros. Recomendo principalmente para quem acha que Cordel do Fogo Encantado é algo tão inovador, apesar de pessoalmente gostar muito do trabalho deles a magia já estava por aí a muito tempo.



http://www.ednardo.art.br/frinicio.htm

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Do It


Hoje, nas duas vezes que vim ao trabalho, encontrei caminhos diferentes onde o trânsito é menos intenso. Um fica um pouco mais longe e o outro tem muitos sinais, mas mesmo assim, são novas opções pra trânsitos dias de intensos.
Com isso fiquei pensando em quantas vezes na vida, ficamos presos a velhos caminhos. Quanta coisa a gente não perde com o medo de ousar, de experimentar e como a vida fica chata quando nos acomodamos. Aquela sensação que temos com o simples ato de mudar os móveis de lugar pode ser aproveitada em todos os aspectos da nossa vida, desde que a gente não deixe nosso primeiro instinto, a curiosidade, morrer nas rotinas. Procure novas músicas de novas bandas, vá a uma culto de uma religião diferente, assista outro canal... Experimentar não quer dizer trair seus princípios, mas sim acrescentar mais experiência a eles, e quem sabe, evoluir. Do it.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Ótimo Livro (e o Download é Grátis)


O cantor Leoni, que todos já conhecem como grande compositor e interprete, mostra mais um de seus talentos, disponibilizando gratuitamente em seu site: http://www.leoni.com.br um ebook que ele está escrevendo. Não me expressei errado, ele ainda está escrevendo e já está disponibilizando para que a gente leia e opine para, quando chegar a uma versão definitiva, ser publicado em papel. Além da ótima idéia de concepção, o ebook, mesmo antes de sua versão definitiva, já é leitura obrigatória pra artistas do ramo da música, publicidade, empresas de produtos e serviço e qualquer pessoa que queria sobreviver ou entender um pouco mais os novos rumos que a internet trouxe e continua trazendo pra nossa vida. Baseado em pesquisas que ele fez para entender melhor esse mar de informações e na sua experiência gerenciando sua carreira, Leoni escreve de maneira clara e objetiva, nos abrindo os olhos para os caminhos a seguir nesse universo digital onde as grandes mudanças que temos notando no mundo da música com a pirataria, mp3, streaming, compartilhamento, "já começa a atingir com a mesma força o jornalismo, a publicidade, o cinema, a TV e o mundo editorial. Isso sem falar nas próprias relações humanas", citando um trecho da introdução do mesmo. O nome do livro já diz tudo: Manual de Sobrevivência no Mundo Digital. Leiam e opinem.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Rambo 5 - Derrubando à dentadura


Segundo o site "cinema em cena", em Hollywood já estão na 3ª versão de roteiro pra Rambo 5! O negócio já teve até versão contra mutante, Jesus! Será que não vão deixar o velhinho se aposentar nunca? Se Stallone não tiver esclerose, Alzheimer, osteoporose, Parkinson, labirintite ou hemorróida daqui pra lá, acho que o roteiro final de Rambo 5 vai ser o personagem como chefe de uma rebelião num asilo onde velhinhos estão sendo maltratados, consegue umas garruchas no mercado negro (ou mercado livre) e mete bala em todo mundo. Ah, ele anda dizendo que vai rolar Rocky VI. No ringue, ele contra Zé Bonitinho, pra ver se dessa vez ele não morre na luta.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Pânico ou Pânicu?


O Pânico na TV foi um programa que quando começou tinha idéia simples e maravilhosa: causar pânico nas superficialidades e "esnobices" das celebridades brasileiras, principalmente os conhecidos "globais". Era maravilhoso ver eles atormentando as pseudo-celebridades brasileiras e mostrando quem realmente tinha alguma humildade e quem só sabia sorrir quando havia uma câmera da Globo ligada. Não sei em que momento exatamente, mas com certeza, quando começou a aumentar seu ibope, o programa conseguiu inverter completamente a idéia inicial e cada vez mais se tornando causador de pânico no espectador que procura algo diferente das porcarias que lotam a programação de domingo na TV. Hoje não consigo diferenciar grande parte da pauta do programa, das "obras" que Gugu e concorrentes faziam e fazem no nosso domingo. Exemplos: 1 - Bundas e mais bundas preenchendo a tela (Gugu e sua banheira foi mestre e a piscina maluca do Domingo Legal ainda ta aí), nada contra bundas, só que se quisesse assistir isso no domingo, alugaria filme pornô; 2 - Gente humilde sendo ridicularizada em rede nacional, como no quadro da "musa da beleza interior" (isso até o Gugu era mais cauteloso, e costumamos ver em programas policiais e de humor "baixaria" pelo país a fora, que fazem sucesso as custas de um povo já tão maltratado, como no caso da minha cidade, o "Sem Meias Palavras" que fez a fama do bêbado Jeremias); 3- Filantropia patrocinada, como no caso da casa do Zina (esta é do tempo da Porta da Esperança e copiada por Gugu, Luciano Huck e todo lixo de domingo). Não que as pessoas não mereçam ganhar, mas são quadros extremamente hipócritas, onde as emissoras ganham muito mais com o Ibope e os patrocínios, do que doam; 4 – minha preferida, a última do domingo passado: A TV lança uma celebridade relâmpago e o cara é preso por uso de drogas, aí lá vai o programa tentar se limpar da sujeira, fazendo todo o circo pra ajudar o infeliz a largar o vício. (putz, lá vem Gugu na frente outra vez. Lembram do caso ex-polegar?). E quanto a esse caso do Zina: O cara não tinha merda nenhuma, cai do céu fama, dinheiro, trabalho... e o que ele faz?! É preso com cocaína. Claro, por isso não tinha porra nenhuma, nem a família tava perto do cara. Ao menos é isso que todo mundo deve ter pensado quando soube da notícia. E nos bastidores do programa ninguém sabia?! Sei... sei... pegaram o cara na rua... nem neurônio tem direito... vive chapado, apagando até no meio do programa... e era só uma cachacinha? Ta bom... Pra não terminar somente falando mal, pois realmente já fui fã dele, ainda há excessão de talentosos humoristas que ainda fazem parte do programa, como o Ceará, Polvilho e Carioca. Mas que pena que ao invés de darem espaço para mais humoristas como eles, com tantos nesse país, contrataram o Zina.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Lá em Casa - Home Studio


Há muitos anos, desde que adquiri meu primeiro computador, venho estudando áudio digital com o interesse de gravar minhas músicas, de amigos, e qualquer idéia sonora que me desse na telha, além de estudar produção e arranjos, um lado da música que sempre me fascinou por estar ligado de maneira bem mais profunda a um trabalho do que sendo apenas músico. Há alguns anos, sofridamente, tenho comprado os equipamentos básicos para tentar melhorar cada vez mais minhas produções, e agora, finalmente, está no ar o Myspace do meu home studio, o Lá em Casa Home Studio, por enquanto, contando apenas com faixas da pré-produção do CD de Tião Cavalcanti (meu pai) no qual venho trabalhando desde o ano passado, e que já está em fase de conclusão para iniciarmos as gravações em um estúdio profissional. Os arranjos ainda não são definitivos, estão lá apenas para dar o "clima" das músicas, já que, quando gravarmos em estúdio profissional, cada músico vai dar sua interpretação e execução em seu instrumento. Selecionei cinco faixas bem distintas para mostrar a abrangência desse trabalho e para ouvir opiniões diversas, principalmente sobre a qualidade que estamos alcançando. Ouçam e comentem!
http://www.myspace.com/laemcasa

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Dicas de sites e blogs


A USP lançou um site que disponibiliza 3.000 livros para download. Ao entrar no www.brasiliana.usp.br o internauta encontra livros raros, documentos históricos, manuscritos e imagens que são parte do acervo da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, doada à universidade.

Há planos de aumentar o catálogo para 25 mil títulos e incluir primeiras edições de Machado de Assis e de Hans Staden. A dica é do ótimo blog: Catraca Virtual.

Outro dica é o blog http://meuhomestudio.blogspot.com/ com valiosas informações para quem está começando o seu home stúdio. Ajudou muito no meu. Há, e por falar nisso, estou concluindo uma versão mais profissional do myspace do meu estúdio e divulgo assim que ficar pronto.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Um pouco do Tao

"Aquele que conhece o outro é sábio.
Aquele que conhece a si mesmo é iluminado.
Aquele que vence o outro é forte.Aquele que vence a si mesmo é poderoso.
Aquele que conhece a alegria é rico.
Aquele que conserva o seu caminho tem vontade.

Seja humilde, e permanecerás íntegro.
Curva-te, e permanecerás ereto.
Esvazia-te, e permanecerás repleto.
Gasta-te, e permanecerás novo.

O sábio não se exibe, e por isso brilha.
Ele não se faz notar, e por isso é notado.
Ele não se elogia, e por isso tem mérito.
E, porque não está competindo,
ninguém no mundo pode competir com ele."

(Lao Tsé - Tao Te Ching - verso 22)

Retirado do Blog o Iluminador

Show do Roupa Nova em Caruaru


Olá à todos, ando demorando entre as postagens aqui, mas é falta de tempo mesmo, tenho até perdido o time de algumas coisas que quis colocar como hoje, quando faz mais de uma semana que este show aconteceu. Bem, vamos lá, foi um show no melhor sentido da palavra. A banda, que se apresentou no sábado, dia 26/09 no Palladium, estava melhor do que nunca, trazendo um show bem superior ao que vi há 4 anos. Além do excelente nível dos músicos da banda, o perfeccionismo que reina nas suas apresentações é uma verdadeira aula para artistas de todo país, e dessa vez a banda trouxe um show memorável, pois foi referente a seus CD e DVD lançados recentemente, gravados nada menos que no Abbey Road Studios, em Londres.
O Abbey Road é provavelmente o estúdio mais famoso do mundo, tendo sido utilizado na gravação de discos antológicos de bandas, como The Beatles e Pink Floyd, apesar de ficar conhecido pela famosa capa do disco dos Beatles, Abbey Road, onde os quatro integrantes do grupo atravessam a rua propriamente dita, o estúdio existe já existia há uns 40 anos antes dos Beatles. Tenho poucas referências, e não encontrei nenhuma numa busca rápida pelo Google, sobre outros artístas brasileiros que gravaram neste estúdio. Para não falar que o show foi perfeito, na minha opinião o Roupa Nova sempre pecou nas letras, que as vezes beiram o romantismo superficial de grupos de pagode e sertanejo.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Iron Maiden no Recife - Somewhere back in time


Conheci esta banda com 10 anos de idade, virei fã e aos 13 já tinha boa parte da coleção quando soube que Bruce Dickison abandonaria o posto. Aos 20, em pleno carnaval (festa que costumo odiar) leio o jornal anunciando a volta do ídolo, no ano seguinte a banda vem ao Brasil para o rock in rio III, por motivos financeiros perdi a chance de vê-los e só pude saber a sensação através dos amigos que foram e me contaram. Criei até um ressentimento a ponto de passar uns anos até resolver comprar o DVD e CDs do evento. Em 2008, soube que voltariam pro Brasil, junto com a notícia de que os ingressos já haviam estavam esgotados, eu trabalhava tanto na época que não acompanhei as notícias e dessa vez achei que nunca mais teria outra chance. Eis que mal termina 2008 e começam os velhos boatos, os quais nem dei ouvidos até confirmar no site oficial e quase ter um treco: A banda não só voltaria ao Brasil como se apresentaria no Recife.
Correria por notícias, economia violenta por alguns meses, ansiedade para o inicio da venda dos ingressos, quase uma noite em claro esperando o site liberar e finalmente, no dia 31 de março deste ano de 2009, 19 anos de espera depois, 18 mil pessoas e eu estávamos lá. Como que por vingança do destino, quando entrei na pista premium, a qual eu esperava assistir o show a uma certa distância visível o bastante para curtir o momento, me encontrei entre os 30 primeiros a entrar, e assisti tudo da grade. Mesmo pra um fã que sonha estar onde estive é difícil de explicar a sensação, com toda a carga emocional de estar diante de meus maiores ídolos, da memória afetiva ligada a minha infância, do que é ver, a poucos metros de distância, detalhes marcantes dos show da banda que vi tantas vezes em VHS e DVD nesses 19 anos, sentir o calor do show pirotécnico na pele e ter, por vários momentos os integrantes me encarando nos olhos de tão próximos que estávamos. Acima, Steve Harris me encara e espera a luz do flash pra poder sair da posição clássica.
Digo pra muita gente que agora não existe mais show que eu precise assistir, o que vier é lucro. Mas, se houver outra oportunidade como esta, claro que vou estar mais uma vez fazendo parte dessa verdadeira romaria que segue o Iron pelo mundo. Com certeza este foi evento mais marcante da história do Rock em Pernambuco, e acredito, do nordeste.
Ah, o motivo desde post tão tardio? Acabou de chegar meu DVD com o filme documentário dessa turnê, a qual a banda, por idéia de Bruce, resolveu compactar seu equipamento e equipe em um único boeing 757 particular e com isso, tornar viável uma turnê gigantesca, em tempo recorde, tocando em cidade que antes não eram economicamente viáveis, como Recife, provando mais uma vez como esses caras respeitam seus fãs. Vendo as imagens dos show pelo mundo, iguais ao que aconteceu no Recife, continuo sem acreditar que foi real. Up the Irons!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Liberdade de Expressão


Assinem Já! Petição contra censura na internet, nas eleições de 2010! Primeiro a lei Azeredo, agora essa, se forem aprovadas, meu projeto de vida a partir do ano que vem é mudar desse pais, nem que seja pra o Paraguai.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Sumiço de Belchior


Deu no Fantástico: Belchior sumiu. Para os mais novos, que não o conhecem das canções, ou sabem das canções, mas não sabem que são dele: Belchior, o cantor-compositor cearense sumiu. Aquele que dizia ser um rapaz latino-americano sem dinheiro no banco, sem parentes importantes, e vindo do interior. Dizem que apareceu num show de Tom Zé, ainda este ano, mas, depois, não foi mais visto. Há dois anos, a ex-mulher não tem notícias, dois carros seus estão abandonados ou, pelo menos, estacionados sem que ninguém os reclame. Deixou dívidas. Eu nem vi a matéria na TV, peguei na página do portal Terra e pensei: Belchior já tinha sumido de nós há mais tempo. Não se falava dele nos jornais, na Internet, no que se chama a grande mídia. Precisou sumir pra que se falasse dele. Até parece história das presentes em suas letras, "feito aquela gente honesta, boa e comovida/ que caminha para a morte/ pensando em vencer na vida". Provavelmente, vão dizer que foi uma vítima do Sistema, será feito um documentário, e aparecerão os doutos dizendo que ele era um gênio incompreendido. Talvez elucidem o mistério, talvez não. Talvez a razão do sumiço seja bem prosaica, distante do nosso entendimento. No entanto, suas canções, bem maior de um compositor, estão vivas e presentes na memória dos brasileiros que o ouviram cantar, e viam aquele hippie de vasto bigode, lirismo triste e combativo, e versos incomuns. Se alguém, de repente, começa a cantarolar "não quero lhe falar, meu grande amor/ das coisas que aprendi nos discos/ quero lhe contar como vivi/ e o que aconteceu comigo...", é impossível não se lembrar da interpretação de Elis Regina, e de como aquela gravação se tornou um standard da música brasileira. As cantoras que vieram bem depois de Elis, como Daniela Mercury, gostam de cantá-la pra chegar perto do modelo de cantora que é Elis. Tanto que há uma historinha que diz que Sandy, em uma data familiar, escolheu cantar, em homenagem aos pais, Como nossos pais, que é o título desta canção de Belchior. Imagino Sandy se dando conta do que diz a letra da música, no momento mesmo em que está cantando: "minha dor é perceber que apesar de termos feitos tudo que fizemos/ ainda somos os mesmos e vivemos/como nossos pais". A música de Belchior é a notícia mesmo de que o sonho havia acabado, contrapondo-se inteligentemente à alegria tropicalista: "nada é divino, nada é maravilhoso/ ao vivo é muito pior". Há uma urgência em seus versos, e na sua interpretação angustiada, sanguínea, sensual, quase falada: "quando eu cantar/ quero ficar molhado de suor/ e, por favor, não vá pensar que é só a luz do refletor". E há - por que não? - uma nostalgia como no subtítulo de Mucuripe, "jovem também sente saudade". A sessão de cinema das cinco, a camisa toda suja de batom. E uma canção alegre, Medo de avião, releitura de I wanna hold your hand, dos Beatles, e que ganhou uma outra melodia de Gilberto Gil, também bonita. Estou lembrando dos versos e ouvindo as canções aqui na minha rádio-cabeça, aos pedaços, e tendo bem presente os instantes em que, adolescente, ficava fascinado por um verso que dizia "eu quero é que este canto torto feito faca corte a carne de vocês". Há uns cinco anos, vi Belchior cantando essa música no programa Altas horas, junto com o Los Hermanos. Das canções cujas letras ganham versões maliciosas e populares tem aquela que diz "aí um analista me comeu", em vez de "aí um analista amigo meu", que é a letra original. É engraçado, e não é pouco. Caymmi uma vez disse que seu sonho era ser um autor de algo que se perdesse no meio do povo. Aconteceu com ele, e, de certa maneira, com Belchior. Esse texto não é e nem pretende ser um necrológio, pois não se sabe se Belchior morreu. Ele só sumiu, ou sumiu só. Mas eu sei onde ele anda: em suas canções imorredouras, vivas, presentes e, ainda e sempre, urgentes. Além, no Corcovado, quem abre os braços, é Belchior. Copacabana, o mar, as borboletas pousando entre as flores do asfalto, são Belchior, talvez cansado de nós, repousado de nós, infinito de nós.
Paquito
De Salvador (BA)
Quinta, 27 de agosto de 2009, 08h2
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Faço minhas as palavras desse bahiano.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Missão Cumprida


Sexta passada, dia 21, estive presente num evento promovido por metaleiros, para metaleiros, somente com bandas de metal, onde ocorreu uma homenagear João do Pífe com direito a troféu, e uma JAM fazendo uma versão pesada da feira de caruaru, e como se fosse pouca coisa tal iniciativa, o público aceitou aquilo com uma naturalidade que em dado momento pareciam homenagear um ilustre representante da cena roqueira. A idéia de unir cultura regional com o rock não é novidade desde o tropicalismo e de artistas como Alceu Valença, Novos Baianos, Tom Zé, e mais recentemente, Chico Science. Porém, há 11 anos atrás, quando nasceu o Sangue de Barro, com proposta de rock realmente pesado em fusão direta com algo visto como oposto, a música da banda de pífanos, e tendo como única referência na época, uma banda que era entendida como bagunça despretensiosa (Raimundos) e um movimento que estava no auge da moda pela morte de seu mentor (o Mangue Beat) fomos vistos com extremo preconceito pelos puristas locais, os ditos jovens politizados, e pelo movimento underground local, isto é, nossa idéia incomodava os dois extremos. Um lado nos achava oportunistas e o outro um verdadeiro sacrilégio ao "deus metal". No meio de tudo isso, a única intenção era assumir nossa identidade e fazer a música que estávamos afim, sem estar presos a rótulos importados ou a uma idéia mais comercial para pegar carona no casco do caranguejo science. Em particular, eu não queria que as pessoas saíssem fazendo fusões como nós fazíamos, mas simplesmente, influenciá-las a romper o preconceito sem sentido que separava apreciadores de diferentes estilos de boa música. Sempre que podíamos, tentávamos juntar numa mesma festa, bandas de rock mais tradicional, com bandas regionais. Tenho vídeos onde tocamos junto com a banda de pífanos e João do Pífe em 1998, no Auto do Moura, em 2003, no lançamento do nosso CD, onde eles foram a banda de abertura, fora tantas outras ocasiões. Apesar da gratificante aceitação do público a essa idéia, sempre me senti um pouco frustrado, pois nosso público já esperava aquilo, enquanto no underground ainda havia muita gente com radicalismo sem sentido sendo poucos representantes do movimento em nossa platéia, e do outro lado, muita gente que cheguei a admirar como pessoas cultas ainda não conseguia entender nossa intenção. Perdi a conta de quanta abobrinha foi dita "por trás" enquanto juntávamos cada vez mais pessoas que entendiam que boa música nunca precisou de rótulo. Depois de 11 anos de batalha, e justamente agora, quando me despeço do cargo de integrante do Sangue de Barro, finalmente presenciei este evento, que mesmo sendo ainda pequeno, é gigante em significado. Nem preciso falar o quanto os organizadores e as bandas presentes no I Agosto do Rock em Caruaru estão de parabéns. Minha sensação, ao fazer parte dessa tão importante evolução, foi a de missão cumprida.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Não foi dessa vez.


Se fosse dar nota pela iniciativa seria 10, mas pelo resultado, infelizmente ainda não foi dessa vez. A Livraria Estudantil, como já disse, resolveu abrir um Café/livraria, porém, o resultado ficou longe do que eu imaginava. O grande problema foi na parte interna, pois, ao entrar, tive a impressão de estar no lugar errado ou que não li a fachada corretamente. Parece uma daquelas lojas de grife da avenida, tudo branco, claro demais, nada aconchegante, e pra piorar precisei olhar mais atentamente para encontrar as duas únicas e tímidas mesas ao fundo, perto do balcão.
Ainda sim, tomei coragem e fui sentar. Pedi um café que, por sinal, recomendo. Chama-se mocho, e seu único defeito é ser pequeno comparado ao preço, mas vale a pena experimentar.
Como se a iluminação e decoração do lugar já não pusessem tudo a perder, percebi o maior erro: além da livraria, lá também encontra-se no mesmo espaço, uma papelaria, isto mesmo, você toma café longe dos livros e rodeado de lapiseiras, cadernos e canetas, fora a parte de informática. Houve momentos em que pensei estar tomando café dentro da VIP Informática.
A surpresa ficou para depois que terminei o café. A gentil garçonete me mostrou o segundo espaço do lugar, chamado “beco da estudantil”, um corredor lateral onde se encontravam mais mesas, estas sim, a meia luz, num clima aconchegante, porém, sem nenhum livro por perto, além de escondidas, do público e sem visão para lugar nenhum além das paredes.
Espero sinceramente, que se corrijam esses erros, pois a intenção é maravilhosa e como já falei, a tempos esperamos por um lugar com essa proposta.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

A Música está em todos nós



Música é técnica + sensibilidade, estou me convencendo disso.

(Post do kibeloco, indicado por WelderMM no Twitter)

link original: http://kibeloco.com.br/kibeloco/2009/08/03/paaaaaaaaaa/

domingo, 2 de agosto de 2009

Anjos de Demônios - mais uma vez clichê


Em dado momento, personagem principal fala de um papa que arrancou os órgão genitais das estátuas do vaticano, fato que ficou conhecido como “a grande castração”. Este é o melhor termo para definir tudo o que o filme é em comparação ao livro. Sei que é clichê falar que o livro é melhor, mas esse se supera. O filme é de uma imensa falta de bom senso e linguagem cinematográfica, tornando Anjo de Demônios uma decepção. Das pessoas com quem conversei sobre o livro, todas adoram o inicio, tudo que o livro conta sobre o CERN, ciência x religião, anti-matéria, etc... O filme corta tudo sem pena, a anti-matéria serve apenas, como Hitchcock chamava, de “MacGuffin”, isto é, o motivo para a trama se desenvolver, mal é citado o fato desta ser a partícula de Deus, sendo algo tão bobo que uma bomba poderosa qualquer daria conta do recado. Um dos personagens mais intrigantes do livro, o diretor do CERN, nem aparece! No final, onde seu personagem faz parte de uma cena crucial com o chefe da guarda da suíça e o carmelengo, é substituído pelo chefe da guarda e este por um guardinha qualquer. Além de incontáveis mudanças desagradáveis em todo o enredo, cenas que marcam no livro e nem aparecem... personagens que perdem a importância... detalhes omitidos e mal contados, ainda há no filme vários momentos em que a péssima direção de Ron Howard grita, como cenas de ação sem nenhuma tensão, cenas de grandiosidade passando tão rápido que nem conseguimos notar a importância de todo aquele acontecimento no vaticano... enfim, quem leu o livro, e assistir com certeza vai odiar, quem não leu, pode até gostar do filme, mas aconselho a ler o livro depois. E para não dizer que tudo é perdido, o final do filme pra mim foi mais realista, sendo este um dos poucos pontos fracos do livro, onde se Indiana Jones soubesse diria “que mentira!”. Mais uma vez citando o mestre, Hitchcock dizia que não adaptava grandes obras pois como livros já eram uma obra completa, não havia como passa-las para o cinema sem perder coisas que só a literatura conseguia fazer, ou simplesmente faze-las “funcionar” no cinema sem ter que modifica-las drasticamente, por isso, ele apenas pegava argumentos, historias simples que ele notava que poderiam funcionar magnificamente no cinema e as reescrevia. O próprio Dan Brown deveria defender sua obra e evitar tamanha mutilação.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Caruaru TEM evento que preste.


Workshow com:
Andreas Kisser (Sepultura)
Ricardo Confessori (Angra)
Local: NOVA MUSIC (Rua Frei Caneca, 334 - Caruaru/PE)
Data: 09/08/09
Hora: 20h
Ingresso antecipado: 5,00
Ingresso no dia: 8,00
Informações: atendimento@novamusic.com.br

Em 1987 o cara estreou como guitarrista solo do Sepultura aqui em Caruaru e hoje volta à cidade para um Workshow. Evento imperdível pra quem gosta de metal, e pra quem viveu todo esse crescimento da cena desde os anos 80 é quase obrigatório.Também no mesmo evento, o Ricardo Confessori, pra mim o melhor baterista que o Angra já teve, um dos melhores do brasil e um cara super gente fina. A Loja Nova Music está mais uma vez de parabéns por trazer coisa boa pra cidade. E dizem que Caruaru não tem evento que preste...

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Café e Livros


Ano passado, quando eu estava na Nove Comunicação, surgiu um trabalho que me deixou empolgado: criar um layout de cafeteria para funcionar dentro da Livraria Estudantil (detalhe: não sou arquiteto, sou diretor de arte, mas como não era nada d+, apenas um balcão e algumas mesas...). Imaginei que quando o espaço ficasse pronto, seria freqüentador assíduo, mas foi uma decepção, não por culpa da livraria, mas de sua localização em cima da papelaria. O que mais frequentar o espaço é temos que enfrentar as vezes uma multidão nos caixas, subir escadas para poder chegar na livraria que ainda por cima é grande mas apertada, fora que o balcão é terceirizado, e as vezes nos deparamos com ele fechado em pleno sábado pela manha, por estar trocando de fornecedor. Outro fator para o insucesso da idéia é que em frente ao prédio funciona a verdadeira nêmeses da idéia: um café aberto para a rua mais tradicional da cidade, onde se encontram muitos intelectuais e pessoas do meio artístico da cidade, um verdadeiro sonho de público-alvo para a livraria. O problema desse café é que além de super apertado, não é livraria.
Esta semana, soube de uma grande novidade. A Livraria Estudantil vai abrir um espaço Livraria/cafeteria fora do prédio da papelaria, provavelmente no dia 29 de julho, na Av. Agamenon Magalhães. Desta vez as questões para “dar certo” ou não são a estrutura que ninguém sabe ainda exatamente como será, e a localização, que é distante do “centro cultural” da cidade, e próxima ao novo shopping, o que pode tanto ser um atrativo como um repelente, pois pode ser que atraia um público mais interessado em “chavecar” do que em literatura. È esperar pra ver, eu confesso que estou ancioso, mas se decepcionar serei o primeiro a falar.

http://www.estudantil.net/informativo.php

*Detalhe, no site não tem divulgando nada, a informação consegui com fontes internas

domingo, 26 de julho de 2009

Evento Imperdível

LANÇAMENTO DO DISCO DA 'EL MOCAMBO’ EM CARUARU

-- O EVENTO “PARADA SONORA” OFERECE : --

Quem : EL MOCAMBO + THE BLUZ + THORN
Quando : SÁBADO - 15/08 - 21H ;
Onde : NOVA MUSIC – CARUARU ;
Rua frei caneca, 334 ;
Bairro : centro ;
Telefone: (81) 3721-4273

***ATENÇÀO***
Valor: "DE GRAÇA"
VOCÊ NÃO PAGA PARA ENTRAR NESSE SHOW.

***contudo, os ’ingressos’ terão de ser retirados no local do evento e na
RÁDIO "CARUARU FM" - 104.9
Rua frei caneca, 116, 6 andar ;
Bairro : centro ;
Telefone : (81) 3721-2673 e (81) 3723-9955
A partir da segunda-feira - 03/08

Informações : (81) 8742-3136 e (81) 9167-1759,
Além de nos locais de retirada dos ingressos

domingo, 19 de julho de 2009

Musicalíquida: O que é o Partido Pirata - que ganhou diversas cadeiras no parlamento europeu?

Musicalíquida: O que é o Partido Pirata - que ganhou diversas cadeiras no parlamento europeu?

Cordel Comix - Despacho Globalizado

Música para ouvir

Não se sabe ao certo, em que época a música virou profissão, mas com certeza, foi muito tempo antes do nascimento da chamada indústria fonográfica. Até metade século do passado, no mundo, e até quase os anos 80 no Brasil, ter uma vitrola e discos em casa era artigo de luxo, como um home theater hoje em dia. Artístas como Beatles, Elvis, Rolling Stones, Jimi Hendrix, Creedence, Black Sabbath, Roberto Carlos, Os tropicalistas, e antes Nelson Gonçalves, Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro... não precisaram vender milhares de cópias para se tornarem extremamente populares e fazerem seus nomes na história da música.

Pagamos caro e felizes para ver shows nossos artistas ao vivo, como se paga caro para se ter um quadro em casa, pois o show é, e sempre foi, como uma obra de arte única pois a performace é sempre única, e a experiência de estar ali, mais única e pessoal ainda.

Quando Michael Jackson lançou o disco mais vendido de todos os tempos, foi justamente no primeiro “boom” da popularização dos discos, mas mesmo aonde seu disco não chegou, sua música foi conhecida através do meio ao qual todos os artistas importantes da história da música moderna ficaram conhecidos: o rádio. Este veículo que, ao menos para os ouvintes, a música vem livre, sem ônus, e foi este meio o responsável pelo sucesso desses artistas, lotando seus shows e fazendo com que os fãs comprassem seus discos. Isto é, o disco não vende o artista, mas sim, sua música tocada por outros, seus shows, as rádios, é que vendem os discos. Isto mostra o quanto essa industria é tão somente um produto, um material que interessa muito mais aos empresários que lucram com isso, do que ao artista, que na verdade, sobrevive de seus shows. Claro, o disco ainda é o meio o qual o fã pode guardar a obra, tê-la de maneira plena, com letras, ficha técnica, fotos, etc...

A internet, depois do formato mp3, tornou-se o meio ideal para divulgação da música pelo simples fato de eliminar os dois principais problemas das rádios: falta de opções (pois se limita apenas a artistas conhecidos, e a questão de pedir música por telefone ser bem limitada, exigindo tempo, paciência e sorte), e o jabá, que limita o que ouvimos aos artistas com gravadoras, contatos, empresários e etc, obrigando os ainda desconhecidos a ralar muito, na noite, no boca a boca, nos pequenos eventos, até conseguir algum tipo de “costas-quentes” que os leve para as rádios (salvo poucas exceções em que o público leva o artista à rádio). O meio digital permite que tenhamos total liberdade de escolha e uma infinita gama de alternativas para ouvir. O compartilhamento de músicas na internet nos permite a:

- como público, participar da divulgação das nossas músicas preferidas, com amigos, redes de relacionamento, etc;
- conhecer, antes de decidir se tal disco é uma obra a qual queremos comprar;
- ouvir nossas músicas preferidas mesmo que ainda não tenhamos condições financeiras de dar R$ 30,00 em certos cds para enriquecer gravadoras;
- ouvir nossas mp3´s nos players, pc´s de casa, do trabalho, sem ter que carregar nossos cds por aí;
- e principalmente, artistas renomados ou independentes, divulgarem seus trabalhos 24h por dia, para qualquer lugar do mundo, sem nenhum custo.

Contra todas essas vantagens que a internet nos oferece, é ridícula a luta para evitar a tal “pirataria” pois, muitos artistas como Leoni, Leo Jaime, Ritchie, Zélia Duncan... já perceberam, como mostra o manifesto Música Para Baixar, que o fã que baixa música não é pirata, é divulgador.

Tal qual telegrafista, ferreiro, cocheiro, a indústria fonográfica se não estiver no fim, está numa mudança radical e inevitável. Um exemplo recente disto foi no final dos anos 90, onde muita gente montou escolas de informática básica e depois fechou porque hoje as crianças já nascem com PC em casa. Ao menos uma coisa é certa: lucrar rios de dinheiro com cds é algo do passado, meios de comunicação se limitando aos quem tem jabá pra aparecer também.

Músicas Para Baixar



Para todas as pessoas que entendem o novo mundo da música, leiam e assinem


Assine aqui a petição para música livre - Música Para Baixar (MPB)

Manifesto Movimento Música para Baixar


É a partir do surgimento da democratização da comunicação pela rede cibernética, que a conjuntura na música muda completamente.

Um mundo acabou. Viva o mundo novo!

O que antes era um mercado definido por poucos agentes, detentores do monopólio dos veículos de comunicação, hoje se transformou numa fauna de diversidade cultural enorme, dando oportunidade e riqueza para a música nacional – não só do ponto de vista do artista e produtor(a), como também do usuário(a).

Neste sentido, formamos aqui o movimento Música para Baixar: reunião de artistas, produtores(as), ativistas da rede e usuários(as) da música em defesa da liberdade e da diversidade musical que circula livremente em todos os formatos e na Internet.

Quem baixa música não é pirata, é divulgador! Semeia gratuitamente projetos musicais.

Temos por finalidade debater e agir na flexibilização das leis da cadeia produtiva, para que estas não só assegurem nossos direitos de autor(a), mas também a difusão livre e democrática da música.

O MPB afirma que a prática do “jabá” nos veículos de comunicação é um dos principais responsáveis pela invisibilidade da grande maioria dos artistas. Por isso, defendemos a criminalização do “jabá” em nome da diversidade cultural.

O MPB irá resistir a qualquer atitude repressiva de controle da Internet e às ameaças contra as liberdades civis que impedem inovações. A rede é a única ferramenta disponível que realmente possibilita a democratização do acesso à comunicação e ao conhecimento, elementos indispensáveis à diversidade de pensamento.

Novos tempos necessitam de novos valores. Temas como economia solidária, flexibilização do direito autoral, software livre, cultura digital, comunicação comunitária e colaborativa são aspectos fundamentais para a criação de possibilidades de uma nova realidade a quem cria, produz e usa música.

O MPB irá promover debates e ações que permitam aos agentes desse processo, de uma forma mais ampla e participativa, tornarem-se criadores(as) e gestores(as) do futuro da música.

O futuro da música está em nossas mãos. Este é o manifesto do movimento Música Para Baixar.

RJ - Leoni - Cantor e Compositor - http://www.leoni.art.br/ e http://musicaliquida.blogspot.com
DF - Ellen Oléria - Cantora e Compositora - http://sapatariadf.wordpress.com/
PB - Kaline Lima - Rapper RS - Nei Lisboa - Cantor e Compositor - http://www.neilisboa.com.br/
SP - Trupe o Teatro Mágico - http://www.oteatromagico.mus.br/novo/
RS - Banda Bataclã - http://www.bataclafc.com.br/

PA - Juca Culatra & Power Trio - http://www.myspace.com/jucaculatrapowertrio

ES - Banda Sol na Garganta do Futuro - http://solnagargantadofuturo.blogspot.com/
PR - Banda Nuvens - http://www.nuvens.net/
DF - Banda Coyote Guará - www.coyoteguara.com.br
MT - Eduardo Ferreira - Integrante do Caximir, OsViralata e da Afábrika - caximirbuque.blogspot.com
DF - GOG - Rapper e Poeta - http://gograpnacional.com.br/

PA - Casarão cultural Floresta Sonora - http://www.myspace.com/florestasonora1

DF - Jaqueline Fernandes - Produtora Cultural - http://grioproducoes.blogspot.com/

PE - Pedro Jatobá - Diretor de Açoes Culturais do Instituto Intercidadania - http://www.intercidadania.org.br/

SP - Cabeto Rocker - Pascolato-Músico/Produtor Cultural

SP - Mateus Zimmermann - Jornalista, designer editorial e fotografo - www.mateus.jor.br
BR - Sociedade de Usuarios da Tecnologia Java - SouJava - http://www.soujava.org.br
SP - Fabio Malagoli Panico Bugnon - Advogado

sábado, 18 de julho de 2009

Uma amostra grátis do trabalho de Sill

Sill, vou usar essa no bg do meu twitter! muito boa!

Cordel Comix


Há 11 anos, estávamos montando a banda Sangue de Barro, com idéias de trazer pra a nossa geração a cultura local, modernizada, revigorada, para que não fosse esquecida, e principalmente, para que não virasse algo "folclórico". Parecendo coisa do destino, encontro Sill, um amigo que conhecia já através de outro grande amigo, Bruno Kiss, mas que eu não fazia idéia de que era cartunista, e muito menos, que fazia um Cordel moderno, com seus cartuns! Achei o trabalho maravilhoso, realmente algo que deveria ser visto, inspiração total, fiquei super feliz alguns anos depois quando vi esses trabalhos na revista Caruaru Hoje. E sempre percebendo que aquele cara sabia que era bom e tava batalhando mandando seus trabalhos pra o Brasil todo. Outro dia lembrei dos meus 5 primeiros números da cordel comix e estava pensando se Sill estava mandando ver ainda, com a internet e tantas facilidades, pensava em falar com ele pra começarmos a publicar esse material em um blog ou coisa do tipo, quando menos espero ta o cara no orkut, com myspace, contatos no Brasil inteiro, dei risada da minha ingenuidade e fiquei mais feliz ainda quando soube que um livro estava para sair! Não conheço ninguém que merecesse mais esse reconhecimento do que Sill. Pois bem, chegou, ta nas bancas de Caruaru e Recife e na Livraria Cultura, pra quem quiser conhecer o trabalho desse artista caruaruense, que considero um verdadeiro vitalino moderno, que retrata sua realidade, sua gente, o que vê, o que o incomoda e o que o faz rir, de maneira realmente encantadora. Esperei comprar meu exemplar pra falar sobre não por duvidar do talento de Sill que já conhecia e era fã, mas sim, porque não sabia se o livro seria uma feliz mostra de seus trabalho como é ou algo tipo biográfico escrito por outra pessoa. Agora que tenho o meu posso recomendar a todos. Parabéns Sill.

www.myspace.com/sillcordelcomix

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Photoshopada

Há quem faça críticas aos uso indiscriminado do photshop, mas pra mim, ainda é só um programa que permite não-pintores a pintar. Quando se têm criatividade, esta se sobressai ao uso da ferramenta (Queria ter uma idéia como essa da foto a cima). Claro que, como tudo (desde internet a uma faca de cozinha), o photoshop tem seu lado bom ou ruim dependendo de quem usa. Não se deve destruir uma boa idéia com efeitos desnecessários, pro exemplo... Mas com tanto que o resultado seja admirado por si só e não perca destaque com relação ao uso da ferramenta, use-o sem moderação.

OBS.: Achei a foto no blog do jumento, assinada por Madalina-Iordache-Levay.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Parasitas da arte

Definir o que é arte sempre é polêmico, eu particularmente uso a definição de Oscar Wilde. Artista, pelo que entendo, seria aquele que produz arte. Tendo estes conceitos definidos, acredito que quem vive da arte apenas como forma de sustento, sem nenhum motivo estético, ou qualquer motivação que o leve a se expressar artisticamente (isto e, quando "cria" não cria por uma necessidade de fazer arte, mas sim de fazer sucesso ou ganhar dinheiro), nem de longe possa ser considerado artista.
Aquele que vive da arte dos outros, da inspiração e criatividade alheias, apenas acrescentando sua técnica a essa arte (tal como fazem os inúmeros "forrozeiros" que aparecem apenas no período junino, aqui na região, e que só fazem tocar os sucessos de verdadeiros artistas como Azulão, Luis Gonzaga e Cia ou aqueles pintores que pintam quadros com vasos de planta), me parecem mais parasitas do que qualquer definição de artista, já que em sua maioria nem tem um trabalho de autoria própria, e os que tem, geralmente são trabalhos "sugados" de "fórmulas de sucesso".
Não estou aqui para defender uma tese como definitiva, estou apenas sugerindo, que a gente reflita sobre o que é arte, sua importância, e sua honestidade, pois tenho visto muitos dos que chamo de "parasitas da arte" bagunçando a cabeça das pessoas que já não valorizam a verdadeira arte, e que criaram preconceitos a tal, seja na música, pintura, teatro... por estarem calejados com tantos pilantras que se dizem artistas. Até a palavra artista, já tem se tornado um termo pejorativo, quase sinônimo de vagabundo, por culpa desses que não fazem absolutamente nada com relação a arte, a não ser, copiar o que os outros fazem e tentar lucrar com isso.

Tao - Capítulo 2 - por http://www.taoism.net/br/

Quando o mundo percebe que a beleza é a beleza, a feiúra é criada
Quando percebe que o bem é o bem, o mal é criado

Assim o ser e o não ser geram um ao outro
A difícil e o fácil trazem um ao outro
Longo e curto revelam um ao outro
Alto e baixo suportam um ao outro
Música e voz harmonizam um ao outro
Frente e trás seguem um ao outro

Portanto o sábio:
Consegue trabalhar sem agir
E ensinar sem palavras

Trabalha com inúmeras coisas mas não as controla
Cria mas não possui
Age mas não tem expectativas

Tem sucesso mas não se apega ao sucesso
E é porque não se apega ao sucesso
Que dura eternamente